A gente ficou bem incomodado com a possibilidade de as "duas estrelas" do Dirceu complicarem a nossa vida. Mas passadas essas duas semanas, vimos que a coisa não foi bem assim. De qualquer maneira, isso me incomodou o suficiente para pensar no porquê estávamos sujeitando a visibilidade do nosso trabalho a qualquer outro veículo que não fosse o nosso trabalho.
Explico: as outras duas peças do Léo foram muito bem de público no Centro Cultural São Paulo. Além disso, "Escombros" está indo para o terceiro ano de apresentações e sempre temos uma relação bacana com os nossos espectadores. A questão é que não sabemos quem são os nossos espectadores.
Nunca fizemos uma lista deles. Não temos os seus e-mails, telefones, endereços. Não sabemos como encontrar os nossos "clientes". Coisa de gente que não sabe pensar em negócios!
Foi então que eu resolvi que ia fazer alguma coisa a respeito e comecei a pensar numa pesquisa que os nossos espectadores pudessem responder logo em seguida ao espetáculo. Através dela teríamos um mailing com todas as pessoas que gostam do nosso trabalho e que ficariam bem felizes se a gente avisasse quando e onde estaríamos em cartaz.
Comecei essa coisa toda na semana retrasada. O mailing estava todo numa folha só (numa folha haviam seis pesquisas) e com a impressão bem pequena, para economizar papel (hahaha). No primeiro dia, deixamos no Porão e ninguém viu que era para responder. No segundo, recortamos as pesquisas e pedimos ao bilheteiro que entregasse junto com o programa. De novo as pessoas não viram onde estava a urna e levaram a pesquisa no bolso.
Nesse final de semana eu consegui consertar os erros todos e fizemos as pesquisas bem vistosas e cada uma era entregue junto com o programa da peça. Eureka! Conseguimos armar o mailing! Nesse final de semana tivemos 125 pessoas na sexta (era o dia de R$ 1,90), 85 no sábado e 70 no domingo. Duzentos e oitenta expectadores! O mailing só começou a funcionar mesmo a partir de sábado, então dos 155 espectadores tivemos 30 respostas.
Começamos com 20% de aproveitamento.
Então fui conferir para ver de onde vinham as pessoas e que surpresa! Dois vieram pela Vejinha. Treze vieram através da Internet e oito através de amigos que já tinham assistido ao espetáculo.
É provável que o público da Vejinha não esteja vindo assistir ao nosso espetáculo, mas isso não significou queda de público. Mas o interessante foi constatar esses dois tipos de público: a galera que pesquisa na Internet e o pessoal que vem através do boca a boca. Quem vem pela Internet ou se interessa pelo tema da peça ou conhece os outros trabalhos da Companhia. Quem vem pelo boca a boca são pessoas que ouviram falar bem do nosso trabalho e indicaram a outros.
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