As apresentações dos dias 17 e 18, no Teatro do SESI de Osasco, foram canceladas devido a problemas elétricos no teatro.
Posteriormente, serão marcadas novas datas.
Aqueles que aguardavam os espetáculos na Grande SP, poderão assitir à peça "O Crápula Redimido" nos dias:
22 e 23 de abril: São Bernardo do Campo, às 19h.
24 e 25 de abril: Santo André (Sábado às 20h e Domingo às 19h).
1 e 2 de maio: Mauá (Sábado às 20h e Domingo às 19h).
Lembramos que a entrada é franca e os ingressos devem ser retirados com 1 hora de antecedência na bilheteria do teatro.
Em 2009 completou 10 anos de existência,levando aos palcos do Centro Cultural São Paulo a Trilogia Canalha. Ressalta as tragicomédias como ponto de apoio para sua pesquisa, trabalhando o humor e o sarcasmo para mostrar uma visão crítica da sociedade brasileira. Até 19 de dezembro, está em cartaz com o espetáculo "Rua do Medo", de Leonardo Cortez, e direção de Marcelo Lazzaratto no Centro Cultural São Paulo - Sala Paulo Emílio, às quintas, sextas e sábados às 21hs e aos domingos às 20hs.
terça-feira, 13 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
Sobre "O Crápula Redimido"
Em “O Crápula Redimido” o caráter do brasileiro é colocado em cheque, numa tragicomédia que aponta as incoerências das convenções sociais, a selvageria do mundo corporativo e os sacrifícios éticos do homem moderno na busca pela estabilidade. Temos em cena, Getúlio Miranda, o clássico crápula capitalista, que se apóia num tortuoso discurso onde os sete pecados capitais são promovidos a molas propulsoras do desenvolvimento no mundo globalizado. O comportamento amoral de Getúlio promove em torno dele uma teia de explorados, tipos aparentemente frágeis, mas que no decorrer da trama revelam o lado escuro de suas personalidades. Assim, durante a sua saga, o Crápula Redimido percebe que foi passado pra trás por todos aqueles que ele julgava oprimir.
O espetáculo “O Crápula Redimido”, segunda montagem da Cia dos Gansos da Cooperativa Paulista de Teatro estreou em 18 de março de 2003 na Sala Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo. Apoiada num texto que se comunica diretamente com a platéia, sem perder o caráter contestador, nas cinco semanas em que permaneceu em cartaz , a peça teve um público de aproximadamente duas mil pessoas, numa excelente média para uma temporada alternativa de meio de semana. No segundo semestre, o espetáculo foi selecionado para os Festivais Nacionais de Teatro de Pindamonhangaba e Florianópolis, acumulando doze indicações e cinco prêmios, dois dos quais destinados ao texto original de Leonardo Cortez. No ano seguinte, o espetáculo cumpriu temporada no Teatro Sérgio Cardoso.
A remontagem de O Crápula Redimido, com elenco reformulado e nova proposta cenográfica, foi destaque do repertório pelo caráter inovador da encenação, que redimensionou a força do texto e o trabalho dos intérpretes. A sonoplastia, executada ao vivo pelo ator, compositor, instrumentista e produtor musical Ricardo Corte Real apoiou-se no rock e no blues para ilustrar a saga do inescrupuloso empresário Getúlio Miranda na sua busca pela redenção.
A estréia da nova montagem aconteceu no dia 18 de setembro de 2009 na Sala Jardel Filho, no Centro Cultural São Paulo e nas três semanas que o espetáculo esteve em cartaz, ele foi assistido por aproximadamente 1500 pessoas.
Em 2010, "O Crápula Redimido foi selecionado para participar do projeto Viagem Teatral do SESI-SP, percorrendo 14 cidades do estado de São Paulo.
O elenco desta nova montagem é formado por Leonardo Cortez, Glaucia Libertini, Danielle di Donato, Kiko Bertholini, Claudia Tordatto e Rinaldo Aranha.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
A Trilogia Canalha e os dez anos da Cia dos Gansos
Em outubro do ano passado, revisei as três peças que iriam compor o livro Trilogia Canalha, lançado em dezembro de 2008. Comecei pela primeira que escrevi, O Crápula Redimido, que encenamos em 2003 e amparado pelos anos de estrada, me permiti a sensíveis ajustes no texto, incorporando novos diálogos e cortando aquilo que me parecia desnecessário para a narrativa. De quebra, mudei o final e terminei o trabalho pensando que seria ótimo ver o Crápula em cena novamente pra testar com o público o resultado dessas modificações. Estava estabelecido o ponto de partida que fomentou a idéia desse repertório: a possibilidade de revisitar a minha dramaturgia e a produção da Cia dos Gansos à luz da nossa maturidade acumulada.
Além disso, temos um fato emblemático: a Cia dos Gansos comemora dez anos em 2009, ainda fiel ao espírito que fomentou a sua fundação: a reunião de um grupo seleto de amigos que, em comum, possuem a mesma paixão pelo teatro e as mesma vontade de dar o seu testemunho indignado frente às imposições que assolam o homem na sociedade atual. Foram cinco montagens, dez temporadas em cartaz, dezenas de festivais e centenas de quilômetros percorridos em vans desconfortáveis, pra se apresentar ora em teatros magníficos, ora em galpões improvisados, sempre com a mesma raça e amor pelo ofício. Era preciso, enfim, realizar esse repertório, pelo grupo e pelo dramaturgo.
São três peças unidas pelo aspecto temático (a canalhice, suas causas e conseqüências), mas bastante distintas no aspecto formal: uma epopéia trágica que revela a saga de um anti-herói isento de escrúpulos (O Crápula Redimido), uma triste comédia de apartamento, com toques absurdos e alegóricos (Escombros) e uma tragicomédia ácida e desesperançada sobre a falência ética do mundo corporativo tendo como pano de fundo os bastidores de uma emissora decadente de televisão (O Rei dos Urubus). Textos que revelam de maneira escancarada a maior parte das minhas influências: Guarnieri, Nelson, Ibsen, Dias Gomes, Joe Orton, Durrenmatt, Vianinha. Autores cujos textos encenei como ator ou diretor em algum momento da minha vida e que me impregnaram daquilo que eu considero essencial no teatro: o estabelecimento de uma comunhão efetiva com a platéia na busca por uma obra que fomente a reflexão sobre a realidade dos nossos dias.
A Cia dos Gansos permitiu o aprimoramento dessa minha trajetória ainda recente como autor. Ver encenados os textos que nasceram na solidão do meu escritório representou a possibilidade de avaliação do que funciona e do que não funciona em cena, além de consolidar aquilo que acredito ser parte do meu caminho dentro do teatro. Sempre tentei ser o mais honesto possível na abordagem de temas que me afligem como cidadão e artista, extravasando minhas inquietações através do humor, o que nem sempre foi fácil. Escrevo minhas peças pensando também no prazer do intérprete diante do contato com um personagem consistente e envolvido em situações que, eu acredito, possuem alta teatralidade. Foi pensando especificamente na interpretação e no pensamento de alguns atores da Cia que determinados personagens foram construídos. Além disso, minhas conversas com a Eliana Fonseca, Glaucia Libertini, Frederico Foroni e Marcelo Lazzaratto fora fundamentais para a lapidação dessa obra. Enfim, como não agradecer imensamente aos atores, diretores, iluminadores e técnicos que, a cada espetáculo, compraram comigo essa briga cada vez mais hercúlea que é fazer o teatro que a gente acredita?
Fecha-se um ciclo na minha vida, abre-se outro pelos próximos dez anos. O pouporri de lembranças, diálogos e experiências certamente fomentará novos desafios pra mim e pra esse punhado de artistas que emprestaram seus talentos nesse exercício de resgate da nossa história. Estou felicíssimo por compartilhar com o público o repertório que revela o que fizemos no passado, enquanto planejamos com otimismo um futuro que vai ser o que a gente quiser.
Leonardo Cortez
- texto escrito em 2009 para o programa da Trilogia Canalha
Além disso, temos um fato emblemático: a Cia dos Gansos comemora dez anos em 2009, ainda fiel ao espírito que fomentou a sua fundação: a reunião de um grupo seleto de amigos que, em comum, possuem a mesma paixão pelo teatro e as mesma vontade de dar o seu testemunho indignado frente às imposições que assolam o homem na sociedade atual. Foram cinco montagens, dez temporadas em cartaz, dezenas de festivais e centenas de quilômetros percorridos em vans desconfortáveis, pra se apresentar ora em teatros magníficos, ora em galpões improvisados, sempre com a mesma raça e amor pelo ofício. Era preciso, enfim, realizar esse repertório, pelo grupo e pelo dramaturgo.
São três peças unidas pelo aspecto temático (a canalhice, suas causas e conseqüências), mas bastante distintas no aspecto formal: uma epopéia trágica que revela a saga de um anti-herói isento de escrúpulos (O Crápula Redimido), uma triste comédia de apartamento, com toques absurdos e alegóricos (Escombros) e uma tragicomédia ácida e desesperançada sobre a falência ética do mundo corporativo tendo como pano de fundo os bastidores de uma emissora decadente de televisão (O Rei dos Urubus). Textos que revelam de maneira escancarada a maior parte das minhas influências: Guarnieri, Nelson, Ibsen, Dias Gomes, Joe Orton, Durrenmatt, Vianinha. Autores cujos textos encenei como ator ou diretor em algum momento da minha vida e que me impregnaram daquilo que eu considero essencial no teatro: o estabelecimento de uma comunhão efetiva com a platéia na busca por uma obra que fomente a reflexão sobre a realidade dos nossos dias.
A Cia dos Gansos permitiu o aprimoramento dessa minha trajetória ainda recente como autor. Ver encenados os textos que nasceram na solidão do meu escritório representou a possibilidade de avaliação do que funciona e do que não funciona em cena, além de consolidar aquilo que acredito ser parte do meu caminho dentro do teatro. Sempre tentei ser o mais honesto possível na abordagem de temas que me afligem como cidadão e artista, extravasando minhas inquietações através do humor, o que nem sempre foi fácil. Escrevo minhas peças pensando também no prazer do intérprete diante do contato com um personagem consistente e envolvido em situações que, eu acredito, possuem alta teatralidade. Foi pensando especificamente na interpretação e no pensamento de alguns atores da Cia que determinados personagens foram construídos. Além disso, minhas conversas com a Eliana Fonseca, Glaucia Libertini, Frederico Foroni e Marcelo Lazzaratto fora fundamentais para a lapidação dessa obra. Enfim, como não agradecer imensamente aos atores, diretores, iluminadores e técnicos que, a cada espetáculo, compraram comigo essa briga cada vez mais hercúlea que é fazer o teatro que a gente acredita?
Fecha-se um ciclo na minha vida, abre-se outro pelos próximos dez anos. O pouporri de lembranças, diálogos e experiências certamente fomentará novos desafios pra mim e pra esse punhado de artistas que emprestaram seus talentos nesse exercício de resgate da nossa história. Estou felicíssimo por compartilhar com o público o repertório que revela o que fizemos no passado, enquanto planejamos com otimismo um futuro que vai ser o que a gente quiser.
Leonardo Cortez
- texto escrito em 2009 para o programa da Trilogia Canalha
Breve histórico da Cia dos Gansos
A Cia dos Gansos, grupo filiado à Cooperativa Paulista de Teatro completou em 2009 dez anos de existência, trazendo em seu currículo cinco montagens, diversas temporadas e prêmios em Festivais Nacionais de Teatro, além da participação no projeto PAC- Circulação e em quatro edições do Projeto Viagem Teatral do SESI.
Celebrando os dez anos de existência do Grupo, a Cia dos Gansos realizou entre os meses de setembro e novembro de 2009 no Centro Cultural São Paulo um repertório com os espetáculos “O Crápula Redimido”, “Escombros” e “O Rei dos Urubus”. As três peças de Leonardo Cortez foram encenadas entre os anos de 2003 e 2008 e foram publicadas no livro Trilogia Canalha, pela Editora Candombá. Cada peça ocupou a Sala Jardel Filho durante três finais de semana, em três pequenas temporadas que atraíram um público aproximado de 4000 pessoas.
Celebrando os dez anos de existência do Grupo, a Cia dos Gansos realizou entre os meses de setembro e novembro de 2009 no Centro Cultural São Paulo um repertório com os espetáculos “O Crápula Redimido”, “Escombros” e “O Rei dos Urubus”. As três peças de Leonardo Cortez foram encenadas entre os anos de 2003 e 2008 e foram publicadas no livro Trilogia Canalha, pela Editora Candombá. Cada peça ocupou a Sala Jardel Filho durante três finais de semana, em três pequenas temporadas que atraíram um público aproximado de 4000 pessoas.
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