Em 2009 completou 10 anos de existência,levando aos palcos do Centro Cultural São Paulo a Trilogia Canalha. Ressalta as tragicomédias como ponto de apoio para sua pesquisa, trabalhando o humor e o sarcasmo para mostrar uma visão crítica da sociedade brasileira. Até 19 de dezembro, está em cartaz com o espetáculo "Rua do Medo", de Leonardo Cortez, e direção de Marcelo Lazzaratto no Centro Cultural São Paulo - Sala Paulo Emílio, às quintas, sextas e sábados às 21hs e aos domingos às 20hs.
domingo, 24 de maio de 2009
segunda-feira, 11 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Reflexão: A promiscuidade nossa de cada dia
A Companhia dos Gansos (http://ciadosgansos.blogspot.com/) está apresentando, em diversas cidades do interior de SP, no projeto Viagem Teatral do SESI, a peça O Rei dos Urubus. Escrita por Leonardo Cortez e dirigida por Marcelo Lazzaratto, esta tragicomédia, como é chamada pelos atores, possibilita importantes reflexões a respeito do nosso mundo contemporâneo e das relações que nele vivemos.
A peça enfoca os bastidores de uma emissora de TV, responsável por programas sensacionalistas, nos quais o único valor cultivado é o índice de audiência, que determina o investimento dos anunciantes na emissora. As relações entre os profissionais de mídia, na peça como provavelmente na vida, são totalmente pautadas pela competição, pela vaidade, pela hipocrisia e pela ausência absoluta de ética. Os fatos que se transformam em programas de TV, abordando celebridades e destruindo seres humanos, são criações fictícias narradas a partir de acontecimentos reais. Lembramos, então, do seqüestro e assassinato de Eloá, em outubro/2008, tragédia que a mídia não somente registrou, mas, quem sabe, ajudou a patrocinar.
A discussão sobre o papel da imprensa ou, mais exatamente, da mídia televisiva no Brasil, é algo sempre necessário e urgente, visto que, sem perceber, vamos consumindo e aprendendo a desejar os produtos, as idéias e as emoções que nos são vendidas através das propagandas e dos programas. Pergunto-me, neste momento, até que ponto e em que nível a promiscuidade das relações entre os políticos ou entre os profissionais da mídia - ambos nos chamam mais a atenção -, refletem, de alguma forma, a “promiscuidade nossa de cada dia”.
Será que também olhamos e interagimos com o mundo a partir da lógica perversa na qual estamos inseridos? Por exemplo, em geral as pessoas vão mais ao teatro quando há uma celebridade no palco; em geral, as pessoas que gostam de livros compram os livros que são mais lidos e divulgados, classificados naquelas listinhas publicadas nos jornais de domingo; em geral, as pessoas criticam muito a televisão, mas não ficam um só dia sem ela. E se eu continuar generalizando as situações e as pessoas, com certeza serei vítima e vilã do mesmo olhar capitalista que estou questionando.
Entendo que o questionamento pode se constituir num exercício diário, contínuo e prazeroso, aberto e compartilhado, buscando criar certa resistência ao senso comum, dominado pelos números, pela quantidade, pelas medidas e pelo lucro a todo custo.
Os efeitos nefastos dessa ótica de vida são diversos, dentre eles o adoecimento físico e mental, regulado pela necessidade que temos de atender às demandas dos “superlativos”: temos que ser “o melhor dos melhores”, de preferência em tudo; precisamos aprender a “superar nossos limites”; cobramos de nossos filhos que sejam alunos “Nota 10”; procuramos meninos que “brilhem” no futebol; ensinamos às meninas que a “beleza é tudo”, elogiando-as quando desfilam e usam saltos, apenas com 3 anos de idade...
Alguém poderia me interpelar, afirmando que não há problema algum nessas “crenças” - ou imperativos sociais. Convido a todos para que se perguntem: será que não há mesmo? Será que esses valores não estão “naturalizados” em demasia, possibilitando que sejamos passivos? Qual o preço que estamos pagando por cultivá-los em nossas vidas e em nossas relações?
Andrea R. Martins Corrêa
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Esse final de semana
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
De cara, eu digo que a Cia dos Gansos é um grupo que se propõe a fazer teatro calcado no prazer da criação e da comunhão artística. Obviamente isso não significa repetição de fórmulas ou preguiça na hora de botar a mão na massa ou encarar um desafio. Acredito honestamente que cada montagem do nosso grupo representou um degrau a mais no nosso crescimento artístico em função dos desafios lançados à nós mesmos, que acredito, foram vencidos de forma exemplar em cada uma das peças. Em “Mumu, A Vaca Metafísica”, de 2000, pesquisamos e incorporamos no espetáculo artifícios que tornaram um texto datado numa montagem criativa e vibrante. Em “Crápula Redimido”, de 2003, cortamos o cordão umbilical que nos unia à universidade, conseguindo montar um espetáculo com os nossos próprios e parcos recursos materiais e artísticos . O “Crápula” refletiu com muita honestidade o momento artístico dos integrantes da Cia dos Gansos e por isso reconheço que foi uma montagem um tanto imatura, mas fundamentalmente honesta e coerente com o discurso e as idéias defendidas no texto. Em “In Memorian”, de 2004, o desafio foi estar só em cena. Não gosto tanto desse meu texto e acredito que a direção do Fred deixou tudo muito mais palatável, o que muito agradeço a ele. Com “Escombros”, atingimos um nível bem bacana no que diz respeito aos aspectos artísticos e criativos: nos propusemos a realizar um trabalho de ator com a Juliana Jardim e com o Fred Foroni que resultou em muito elogio pra todos nós, modestamente falando. Acho que a partir desse texto, minha dramaturgia evoluiu à beça, bem como a afinação do discurso entre os integrantes da Cia dos Gansos. Agora temos em cena "O Rei dos Urubus", que na minha opinião sedimenta a proposta da nossa companhia: o esforço de realizar um teatro popular, que cutuque as feridas abertas da nossa sociedade, num pretexto à reflexão e à comunhão efetiva com a platéia.
A Cia dos Gansos montou ao longo desses anos, textos ligados à realidade social brasileira, que versam sobre as aflições do homem contemporâneo, tendo o humor como ferramenta de aproximação do público. A Cia dos Gansos está momentaneamente a serviço da minha dramaturgia, mas podemos montar qualquer outro autor desde que ele venha ao encontro das nossas inquietações como artistas. A Cia dos Gansos é um grupo de atores. O trabalho do ator sempre será o foco principal quando estivermos num processo de montagem. Por isso, as encenações da Cia se caracterizam pela simplicidade estética e pelo vigor na interpretação. A comunhão, o jogo e o olho no olho são buscas perpétuas durante ensaios e temporadas. Com "O Rei dos Urubus" inauguramos uma nova sistemática de trabalho que espero que possa ser a característica dos nossos trabalhos futuros: a incorporação de um diretor de fora, com novas visões e experiências que alargam o nosso pensamento e a nossa possibilidade de desenvolvimento artistico.
Sempre que proponho algo para o grupo procuro ter em mente as respostas para as duas questões fundamentais que devem orientar a nossa caminhada em comum: Por que faço teatro e por que faço essa peça. Em relação à primeira pergunta, já versei anteriormente sobre tudo o que me atrai no teatro: a perspectiva da comunhão e do crescimento artístico, o discurso consciente, a convicção de que o que estamos falando é importante pra quem ta assistindo e etc. Acho que "O Rei dos Urubus" atinge todos esses objetivos. Trata-se de uma tragicomédia que versa sobre a miséria espiritual que padece boa parte da humanidade. Que versa sobre a miséria de quem explora a miséria alheia e nem por isso deixa de ser miserável. Temos em cena personagens cujas personalidades foram esmagadas por imposições do sistema e que se apóiam em mesquinhos jogos de poder na tentativa desesperada de auto-afirmação. A Denise Stoklos falou, em outras palavras, sobre a função do ator dentro de um espetáculo teatral: a suprema generosidade de sofrer pelo espectador as dores que ele não precisará sofrer quando sair do teatro, porque ele irá se afastar ou enfrentar essas dores quando se reconhecer na cena. Acho que "O Rei dos Urubus" cumpre essa função. Acredito piamente na importância e pertinência da sua mensagem nos dias de hoje e finalmente, acho que é um trabalho que se revela um ótimo pretexto pra que os integrantes da Cia dêem muita risada enquanto trabalham.
Alias, isso sempre acontece, diga-se de passagem.
sexta-feira, 6 de março de 2009
O rei dos urubus - Viagem Teatral SESI
28 e 29 de Fevereiro - SESI SANTO ANDRÉ - Sábado e Domingo às 20hs
07 e 08 de Março - SESI MAUÁ - Sábado e Domingo às 20hs
14 e 15 de Março - SESI SANTOS - Sábado e Domingo às 20hs
28 e 29 de Março - SESI BIRIGUÍ - Sábado às 20hs e Domingo às 16hs e 20hs
04 e 05 de Abril - SESI MARÍLIA - Sábado às 20hs e Domingo às 16hs e 20hs
11 e 12 de Abril - SESI ARARAQUARA - Sábado e Domingo às 20hs
18 e 19 de Abril - SESI FRANCA - Sábado às 20hs e Domingo às 16hs e 20hs
25 e 26 de Abril - SESI RIO CLARO - Sábado e Domingo às 20hs
02 e 03 de Maio - SESI PIRACICABA - Sábado e Domingo às 20hs
09 e 10 de Maio - SESI ITAPETININGA - Sábado e Domingo às 20hs
16 de Maio - SESI SOROCABA - Sábado às 16hs e às 20hs
23 e 24 de Maio - SESI OSASCO - Sábado às 20hs e Domingo às 19hs